terça-feira, 26 de maio de 2009

Um baiano chamado Riachão


O dia 14 de novembro de 1921 entra para a história da música baiana como o dia do nascimento de seu sambista mais representativo, o Riachão. Seu modo peculiar de compor tem características de crônica. Em suas letras, quase sempre irreverentes, desfila o povo baiano da antiga Salvador, com suas baianas de acarajé, seus malandros de terno branco e seus capoeiras atrevidos. O apelido ‘Riachão’, segundo o sambista revelou ao extinto jornal Diário de Notícias, o acompanha desde a infância: ‘Quando menino, eu gostava muito de brigar. Mal acabava uma peleja, já estava eu disputando outra. E aí chegavam os mais velhos para apartar, empregando aquele ditado popular: você é algum riachão que não se possa atravessar?’. Desde os 9 anos de idade, Riachão já cantava nas serenatas ou nas batucadas do bairro do Garcia. Gostava de batucar em latas d’água. A primeira composição veio aos 12 anos, um samba sem título que dizia: ‘Eu seu que sou moleque, eu sei / conheço o meu proceder / deixe o dia raiar que a minha turma / é boa para batucar’. Aos 23 anos, ingressa na Rádio Sociedade, onde canta com um trio vocal no programa de auditório ‘Show Pindorama’, da emissora de rádio Sociedade AM. O trio de Riachão interpretava de serestas à toadas sertanejas. Riachão não demora a romper com o trio e se apresentar sozinho – queria, na verdade, se dedicar apenas ao samba, sob forte inspiração de Dorival Caymmi. Depois de Caymmi, por sinal, Riachão foi o primeiro compositor baiano a gravar no Rio de Janeiro, ainda na década de 50. As músicas foram ‘Meu Patrão’, ‘Saia’ e ‘Judas Traidor’, todas gravadas por Jackson do Pandeiro. Ele opta por seguir o caminho do samba irreverente, compondo sambas bem-humorados como ‘Retrato da Bahia’ e ‘Bochechuda e Papuda’, ganhando o Troféu Gonzaga com essas músicas. Mais tarde foi gravado pelo cantor Eraldo Oliveira (‘A Nega não quer Nada’) e pela cantora Marinês (‘Terra Santa’).Entre 1948 e 1959, Riachão compos pérolas como ‘A Morte do Motorista da Praça da Sé’, ‘A Tartaruga’, ‘Visita da Rainha Elisabeth’ e ‘Incêndio no Mercado Modelo’, verdadeiras crônicas, escritas em linguagem popular e direta. Na década de 60, um fato inusitado acabou virando samba: uma baleia chamada ‘Moby Dicky’ veio ser exposta para visitação pública na Praça da Sé, causando imenso furor entre as crianças. Com o olhar do cronista, Riachão compos a ‘Umbigada da Baleia’. O senso quase jornalístico de Riachão também pode ser conferido no samba ‘A Morte do Alfaiate’, também dessa época. Apesar de reconhecido pela crítica e por grandes artistas da MPB, Riachão não consegue se inserir no mercado. Os shows são raros e são poucos os registros fonográficos (o único até então era o compacto de 78 rpm de ‘Umbigada da Baleia’, gravado nos anos 60). Por iniciativa de Paulo Lima e da gravadora Philips, em 75 ele grava um álbum reunindo a nata do samba baiano. O ‘Samba da Bahia’ traz, além de Riachão, os sambistas Batatinha e Panela. Entre os sambas gravados se destacam ‘Pitada de Tabaco’, ‘Ousado é Mosquito’ e ‘Até Amanhã’.Depois de um hiato de quase 20 anos, Riachão grava um CD somente em 2001, onde o sambista divide as faixas com nomes como Caetano Veloso (‘Vá Morar com o Diabo’) e Dona Ivone Lara (‘Até Amanhã’), entre outros. Todos os seus maiores sucessos são registrados.

fonte: Samba Choro

O SAMBA


O samba é um gênero musical e um tipo de dança de raízes africanas surgido no Brasil e é tido como o ritmo nacional por excelência. Considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras, o samba se transformou em símbolo de identidade nacional. Dentre suas características originais, está uma forma de dançar acompanhada por pequenas frases melódicas e refrões de criação anônima, alicerces do samba de roda nascido no Recôncavo Baiano e levado, na segunda metade do século XIX, para a cidade do Rio de Janeiro pelos negros que migraram da Bahia e se instalaram na então capital do Império. O samba de roda baiano, que em 2005 se tornou um Patrimônio da Humanidade da Unesco, foi uma das bases para o samba carioca.Apesar do samba existir em todo o país - especialmente nos Estados da Bahia, do Maranhão, de Minas Gerais e de São Paulo - sob a forma de diversos ritmos e danças populares regionais que se originaram do batuque, o samba como gênero é uma expressão musical urbana do Rio de Janeiro, onde de fato nasceu e se desenvolveu entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Foi no Rio de Janeiro que a dança praticada pelos escravos baianos migrados entrou em contato e incorporou outros gêneros musicais tocados na cidade (como a polca, o maxixe, o lundu, o xote, entre outros), adquirindo um caráter totalmente singular e criando o samba carioca urbano e carnavalesco.Durante a década de 1910, foram gravadas algumas composições sob a denominação de samba, mas estas gravações não alcançaram grande repercussão. No entanto, em 1917, foi gravado em disco "Pelo Telefone", aquele que é considerado o primeiro samba. A canção tem a autoria reivindicada por Ernesto dos Santos, o Donga, com co-autoria atribuída a Mauro de Almeida, um então conhecido cronista carnavalesco. Na verdade, "Pelo Telefone" era uma criação coletiva de músicos que participavam das festas da casa de tia Ciata, mas acabou registrada por Donga e Almeida na Biblioteca Nacional. "Pelo Telefone" foi a primeira composição a alcançar sucesso com a marca de samba e contribuiria para a divulgação e popularização do gênero. A partir daquele momento, o samba começou a se espalhar pelo país, inicialmente associado ao carnaval e posteriormente adquirindo um lugar próprio no mercado musical. Surgiram muitos compositores como Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Pixinguinha e Sinhô, mas os sambas destes compositores eram amaxixados, conhecidos como sambas-maxixe.Os contornos modernos do sambam viriam somente no final da década de 1920, a partir das inovações de um grupo de compositores dos blocos carnavalescos dos bairros do Estácio de Sá e Osvaldo Cruz, e dos morros da Mangueira, Salgueiro e São Carlos. Desde então, surgiriam grandes nomes do samba, entre alguns como Ismael Silva, Cartola, Ari Barroso, Noel Rosa, Ataulfo Alves, Wilson Batista, Geraldo Pereira, Zé Kéti, Ciro Monteiro, Nelson Cavaquinho, Elton Medeiros, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, entre muitos outros.A medida que o samba se consolidava como uma expressão urbana e moderna, ele passou a ser tocado nas rádios, se espalhando pelos morros cariocas e bairros da zona sul do Rio de Janeiro. Inicialmente criminalizado e visto com preconceito, por suas origens negras, o samba conquistaria o público de classe média também.Derivadas do samba, outras formas musicais ganharam denominações próprias, como o samba de gafieira, o samba enredo, o samba de breque, o samba-canção, o samba-rock, o partido alto, o pagode, entre outros. Em 2007, o Iphan declarou o samba um Patrimônio Cultural do Brasil. O samba, além de ser o gênero musical mais popular no Brasil, é muito conhecido no exterior e está associado - assim como o futebol e o carnaval - ao país. Esta estória começou com o sucesso internacional de "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, seguiu com Carmen Miranda (apoiada pelo governo Getúlio Vargas e a política da boa vizinhança norte-americana), que levou o samba para os Estados Unidos, passou ainda pela bossa nova, que inseriu definitivamente o Brasil no cenário mundial da música. O sucesso do samba na Europa e no Japão apenas confirma sua capacidade de conquistar fãs, independente do idioma. Atualmente, há centenas de escolas de samba constituídas em solo europeu (espalhada por países como Alemanha, Bélgica, Holanda, França, Suécia, Suíça). Já no Japão, as gravadoras investem maciçamente no lançamento de antigos discos de sambistas consagrados, que acabou por criar um mercado formado apenas por catálogos de gravadoras japonesas. O samba moderno surgido a partir do início do século XX tem ritmo basicamente 2/4 e andamento variado, com aproveitamento consciente das possibilidades dos estribilhos cantados ao som de palmas e ritmo batucado, e aos quais seriam acrescentados uma ou mais partes, ou estâncias, de versos declamatórios. Tradicionalmente, o samba é tocado por instrumentos de corda (cavaquinho e vários tipos de violão) e variados instrumentos de percussão, como o pandeiro, o surdo e o tamborim. Por influência das orquestras norte-americanas em voga a partir da Segunda Guerra Mundial, e pelo impacto cultural da música dos EUA no pós-guerra, passaram a ser utilizados também instrumentos como trombones e trompetes, e, por influência do choro, flauta e clarineta.Além de ritmo e compasso definidos musicalmente, traz historicamente em seu bojo toda uma cultura de comidas (pratos específicos para ocasiões), danças variadas[11] (miudinho, coco, samba de roda, pernada), festas, roupas (sapato bico fino, camisa de linho etc), e ainda a pintura naif, de nomes consagrados como Nelson Sargento, Guilherme de Brito e Heitor dos Prazeres, além de artistas anônimos das comunidades (pintores, escultores, desenhistas e estilistas) que confeccionam as roupas, fantasias, alegorias carnavalescas e os carros abre-alas das escolas de samba.O Dia Nacional do Samba é comemorado em 2 de dezembro. A data foi criada por iniciativa de um vereador de Salvador, Luis Monteiro da Costa, em homenagem a Ary Barroso, que havia composto "Na Baixa do Sapateiro" embora sem ter conhecido a Bahia. Assim, 2 de dezembro marcou a primeira visita de Ary Barroso a Salvador. Inicialmente, o Dia do Samba era comemorado apenas em Salvador, mas acabou transformado em data nacional.


Fonte: Wikipedia

terça-feira, 19 de maio de 2009

O samba no universo online


Um dos mais tradicionais estilos musicais surgidos no Brasil, o Samba conquistou o dia-a-dia do universo online.Um exemplo disso é que cada vez mais surgem sites relacionados com este estilo como, por exemplo, o onde curtir samba em Salvador (http://www.ondecurtirsambaemssa.com.br/joomla/index.php), que traz informações sobre o cenário do samba na Capital baiana. Compõem o site notícias e informações referentes à agenda musical, instrumentos e a história das bandas deste seguimeto que se apresentam nas noites soteropolitanas. Além disto, o portal apresenta ao público a história dos blocos de samba que crescem, cada vez mais, no carnaval de Salvador, como o famoso Alerta Geral, fundado em 1994. O Alerta Geral foi se destacando com o passar dos anos e a prova disso são as participações de importantes sambistas brasileiros como Arlindo Cruz, Sombrinha, Beth Carvalho, Fundo de quintal, Edil Pacheco, Jorge Aragão, entre outros.

Yuri Barreto e Maria Fernanda Mendonça

terça-feira, 5 de maio de 2009

Alguns instrumentos ultilizados no samba

CUICA - Conhecido como choro, o som da cuica se deu através da fricção da haste interna por um pano úmido, e a pressão na parte externa da cuí¬ca feita pelo dedo. Quanto mais perto do centro da cuí¬ca mais agudo será o som produzido.
AGOGÔ - Feito em ferro e aço, é usado em samba e suas vertentes. O som tirado desse instrumento se deu através do impacto do bastão nas duas bocas de ferro do instrumento.
TAROL - Muito usado em reizados, fanfarras e outras manisfestações do nosso folclore. Um tipo de caixa acústica com pele natural dos dois lados, com esteiras na pele inferior.
SURDO - De som grave, é usado para marcar o tempo e o ritmo. Existem três tipos de surdos: o de primeira, o de segunda, e o de corte (ou de terceira). O surdo é o coração das baterias de escolas de samba. Muito usado tambem em frevo, samba reggae e axé music.
TAMBORIM - Usado em samba tradicional com levada telecoteco, e nas escolas de samba com a levada naipe. Instrumento de pequeno tamanho, e grande efeito sonoro.
PANDEIRO - Oriundo da Africa oriental, é considerado um instrumento de percussção completo pois oferece os timbres graves, médios e agudos. Feito de madeira, couro de cabra e cinco pratinelas, o pandeiro convencional no Rio de Janeiro foi introduzido no samba e chorinho como instrumento de base. Depois se espalhou pelo país de várias formas, e ritmos. É usado em musicas folclóricas, populares, pop, eruditas, entre outras.
REPINIQUE - Criado pelas escolas de samba para repinicar um som mais agudo. É também usado como instrumento de introdução e de solo diante a bateria da escola. No samba é tocado com uma baqueta na mão direita, e a mão esquerda fazendo contra ponto direto na pele do instrumento, ou vice-versa. Tocado junto com os tamborins em ritmo galopado.
TIMBAS - Da mesma fami¬lia do Tan tan e do Rebolo, a Timba, muito usada no samba, tem um som grave Que marca o tempo binário com uma mão na pele e a outra faz o contra ponto no corpo